sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Nessa onda de Nacionalismo...

Esse texto era pra ser uma resposta ao comentário do Seu Zé Nando, mas como eu achei que ficou bom pra abrir outra discussão preferi postar.

Seu Zé Nando disse...

Peraí, você está me dizendo que se orgulha de Canudos, em um pedaço do texto, ou finalmente eu fiquei ruim de interpretação de texto?
Por favor, leia Os Sertões. Canudos é um dos meus diversos motivos de morrer de vergonha de ter nascido nessa republiqueta de banana que é o Brasil.

Bom Nando eu acho que você ainda está sano e interpreta bem textos. Mas o motivo de meu orgulho eu não disse.

"Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a História, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados." (Trecho de "Os Sertões")

Isso é o que me vem à cabeça quando penso em Canudos. Um povo que não se rendeu, que preferia lutar por sua comunidade a voltar à semi-servidão, ao banditismo, ao mundo do sertão. Não julgo se eles estavam certos ou errados. O que me passa essa população é o ideal de luta, luta pelo que se acredita, um ideal fraco no Brasil hoje.
Basta ver o Sarney de volta ao Senado. Basta ver todo mundo, inclusive eu, falando "isso é uma palhaçada!" e depois voltar pra sua vida. Eu, por exemplo pensei em ir em uma passeata contra ele, mas era de sábado à tarde e tinha "Curso de Obras" no Anglo. Claro que eu poderia ter faltado no curso, mas minhas prioridades agora são outras. Talvez elas sempre sejam outras. Talvez até o povo de Canudos tenha lutado porque se via encurralado, não tinha outra coisa pra priorizar.
Não. Eles ainda teriam suas vidas, contudo escolheram a morte. Talvez a gente se mobilize mesmo contra a corrupção quando a situação se tornar insuportável, a ponto de não ter como eu priorizar o "Curso de Obras", este sendo para mim metonímea do vestibular, ou você priorizar qualquer outra atividade de sua vida. Até lá eu canto aqui e vocês participam do coral, se quiserem.

3 comentários:

  1. O orgulho então é da população. Da luta cotidiana, que sem querer apelar rpo sentimentalismo, é diária e difícil num país como o nosso.
    O seu orgulho não é de uma país, e sim de uma raça, de um povo cru, porém quente.

    Agora sim posso concordar com você.
    Um beijo

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  2. Quanto a isso eu também concordo.
    Não é meu forte história mas outro bom exemplo dessa "brava gente brasileira" que da orgulho são os 18 do forte né!

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  3. Óquêijo... Embora sempre que eu pense em Canudos eu me lembre dos 5 mil soldados rugindo raivosamente, igualmente brasileiros. Mas respeito teu ponto de vista, você é otimista. Teu copo está meio cheio.
    Forte abraço!

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