sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Minando o sexo livre

No embalo de cultura e contra-cultura nas aulas de História Geral comecei a pensar na diferente relação dos jovens com o sexo nos anos 60 e agora. Se naquela época a liberdade pra transar com quem quisesse era uma novidade, devido, entre outras coisas, à invenção da pílula anticoncepcional, hoje já é algo comum. As consequências disso para nossa geração são normalmente vistas como algo bom. "Nossa você pode comer alguém diferente a cada semana, às vezes dois alguéns, dependendo da sua lábia", acho que o grande problema dessa fala é o "pode". Hoje em dia se confunde a liberdade pra se transar com quem quiser com a obrigatoriedade de se transar com quantos mais puder e o jovem perdeu sua escolha. Se antes a pressão com as meninas era pra que se segurassem hoje em dia a última que for virgem tem que aturar fama de santinha. Com os homens sempre houve a pressão de ter que ser o fodedor, o metelão, mas acho que isso foi potencializado, é obrigatório colocar o pinto em qualquer buraco que se mexa, ou que aguente o movimento de vai-e-vem. Será que não estamos acabando com uma das nossas conquistas mais valiosas? É muito bom sair fazendo sexo com pessoas diferentes, adquirir experiência, ter muitas histórias pra se contar, mas quando se tem realmente vontade de fazer isso, se não a pessoa só se força a fazer algo que, se for feito sob pressão ou sem vontade, não é legal. Será que nós jovens com essa onda de fazer sexo com todo mundo não estamos sendo muito conservadores e mente fechada?

Será que eles são?

Seus valores são beleza, força, unidade, ostentação e agressão aos diferentes. Se identificam com com sinais e dizeres próprios. Possuem seu uniforme e se orgulham muito disso. Poderia-se estar falando dos nazi-fascistas, mas na verdade é sobre as exatas do anglo vestibulares. Forçado? Nem tanto...
Fui assistir ao filme "A Onda" e a ideia de que o fascismo talvez esteja ainda na nossa sociedade e possa explodir a qualquer momento ficou em minha cabeça. Foi quando a sala 1 resolveu fazer a sua própria camiseta, um uniforme que, coincidentemente, é preto. Isso me chamou muito a atenção e eu comecei a reparar nas outras atitudes que são características das exatas. São extremamente unidos(são os que mais reúnem torcida durante o interclasses), tem os "dizeres"-desculpem pelo "dizeres", não achei termo melhor- "Só macho e gostosa", evidência de que valorizam a força e a beleza físicas, em detrimento de qualquer outro atributo. Desvalorizam os diferentes, nesse caso as humanas, com um sentimento orgulhoso de opressor, dizendo "só viado" e achando que são bem melhores que "as mocinhas" das salas 2, 17, 21 e 23. Antes que digam que isso é forçação de barra de um "humaninhas" que tem inveja, digo que eu fiquei com uma puta vontade de ser das exatas e foi aí que eu percebi um dos aspectos mais significativos do fascismo bem na minha frente: a empolgação. O movimento fascista é uma corrente que chama atenção, é bonito, é legal, dá vontade de participar, de se sentir parte do grupo, de chamar o pessoal da sala 2 de viado e de usar a camiseta que é só pra macho e gostosa. É algo totalmente impensado você simplesmente quer ser que nem eles, porque eles que são legais! É impressionante. Reparem um pouco nesses aspectos das exatas, assistam a "A Onda" e me digam se eu to viajando demais.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Parabéns, Olimpíadas, Enem e Zelaya

O blog hoje faz um mês. Tô feliz com ele, nesse tempo já teve mais de 77 pessoas diferentes acessando e um post bombando com 9 comentários! Vamos ver se eu consigo fazer jus a essa fama recente. Aliás, eu sei que num tô conseguindo, mas tá chegando a hora da onça beber água e as coisas tão ficando tensas aqui. Mesmo assim vou ver se eu escrevo mais aqui e continuem me cobrando!

Eu não era um entusiasta das Olimpíadas no Rio, e continuo não sendo. Depois de ouvir a opinião de muita gente tenho minhas considerações. Alguns disseram que se o Brasil fosse esperar não ter mais problemas de maior importância para fazer as Olimpíadas, nunca a faríamos. Ora, isso é uma consequência de políticas incompetentes e mal dirigidas pra educação e saúde públicas! Se o Brasil fosse um país sério, parafraseando de Gaulle, erradicaríamos tais problemas com o passar do tempo e, aí sim, receberíamos esse evento de tanto prestígio sem remorso. É verdade que as Olimpíadas trazem desenvolvimento ao local onde são realizadas, por exemplo a Vila Olímpica, que vira habitação popular ao término do evento, e a infraestrutura que fica nos esportes pros cidadãos. Contudo, temos o Pan 2007 como legado um tanto quanto falho, uma vez que a passagem das casas pros populares enfrenta problemas burocráticos até hoje, o Engenhão foi arrendado por um preço ridículo ao Botafogo para não ficar em desuso e o orçamento continuou a crescer vorazmente até o final do evento, sendo que até hoje o Tribunal de Contas da União não resolveu essa situação. Esses eram os motivos que me levavam a não querer as Olimpíadas no meu país. Mas nosso Pan não foi o suficiente pra evitar que elas viessem pra cá. Então o que sobrou pra mim e pra vocês é fiscalizar esse evento o máximo que pudermos, mostrar que somos receptivos e torcer muito: pra que nosso país realmente adote uma política esportiva séria, para que o superfaturamento seja mínimo e para que ganhemos algumas medalhas também!

Outro assunto que tá bombando é o cancelamento do Enem. Acho que isso é reflexo da importância que o governo dá pra educação, mas não só na esfera federal, afinal a educação do tão poderoso, rico e arrogante estado de São Paulo não está entre as melhores do Brasil há um tempo. Contudo não dá pra crucificarmos o governo e dizer que aquilo tudo é uma palhaçada, é verdade que ainda tá muito ruim, mas parece que eles realmente querem mudar. Estão procurando melhorar, em alguns poucos aspectos, mas estão.

Já o hondurenho mais brasileiro do mundo continua em nossa embaixada, pressionando o governo provisório. A Veja acusa o Brasil de imperialismo "megalonanico", acho que ela só tá querendo meter uma mala e ser arrogante. O Brasil concedeu asilo político a um refugiado, como é dever de toda nação que se diga democrática. Só que nosso país cagou em permitir as transmissões de mensagens incitando a revolta da população hondurenha de dentro da nossa embaixada, perdendo a tradicional neutralidade brasileira. Mas parece que, de tanto que eu demorei pra falar sobre isso aqui, o conflito está quase sendo resolvido, tendo apenas a questão da restituição de Zelaya sem um consenso. O presidente deposto forçou a barra querendo mudar a constituição para poder se reeleger, mas na medida em que o referendo ratificasse essa decisão de uma maneira justa(ou seja, com voto secreto), no meu entender essa ação seria perfeitamente democrática. O que não é democrático é depor um presidente eleito legalmente e legitimamente.